Olá, Crieduca Quem me conhece um pouco mais sabe que a minha vida sempre foi uma dança entre os sonhos acadêmicos e as incontáveis demandas do dia a dia. Ser professora universitária na UFRJ, formar futuros educadores musicais para a Educação Básica, é uma paixão que me move. Mas, confesso: conciliar a efervescência da sala de aula com a disciplina da pesquisa científica, ainda mais depois de anos de uma jornada bem peculiar, é um malabarismo que por vezes me faz sentir como uma contorcionista tentando equilibrar pratos giratórios. Sei que muitos de vocês também vivem essa realidade, com sonhos e projetos que parecem "para depois".

Minha trajetória acadêmica, por exemplo, foi um verdadeiro sprint (ou talvez uma maratona com obstáculos!). Casei-me jovem, fiz minha segunda faculdade, o mestrado com uma filha pequena nos braços e o doutorado com duas menininhas correndo pela casa. Ah, e sim, sempre trabalhando! Teve uma época, durante o doutorado, que eu me dividia entre três empregos diferentes, somando a isso as atividades na igreja e na comunidade. Era uma loucura boa, uma daquelas fases que a gente olha para trás e pensa: "Como eu consegui?". A verdade é que a gente só vai, um passinho de cada vez, com café e muito amor, claro!

Hoje, com a vida acadêmica consolidada na universidade, o desejo de aprofundar minhas pesquisas – que, para quem não sabe, no doutorado e pós-doc se voltaram para as incríveis trajetórias de mulheres musicistas – continua aceso. No entanto, o tempo, esse senhor tão teimoso, insiste em não esticar. A rotina de aulas, orientações, projetos, reuniões... é intensa! Confesso que ultimamente a escrita acadêmica tem ficado um pouco de lado. Minha válvula de escape e forma de ainda produzir algo relevante e compartilhar conhecimento, sem a profundidade e o tempo de um artigo, tem sido as redes sociais. É um caminho novo, que me permite manter a chama da pesquisa viva, mesmo que em pequenos fragmentos.

E é exatamente por isso que decidi compartilhar um pedacinho dessa minha história com vocês. Se você, como eu, sonha em pesquisar, iniciar um novo projeto, ou simplesmente ter um momento para si e para seus interesses, mas se vê enredado pelas mil e uma responsabilidades da vida – seja profissional, familiar, ou pessoal –, saiba que você não está sozinho(a). A vida real é cheia de demandas e nem sempre conseguimos seguir o plano ideal. Mas isso não significa que devemos desistir dos nossos sonhos. Adaptar, reinventar, dar pequenos passos, ou até mesmo pausar por um tempo e depois retomar, são formas válidas de continuar caminhando. Que a minha jornada, com seus perrengues e suas pequenas vitórias, seja um lembrete de que vale a pena continuar tentando. O importante é não deixar a chama apagar!